terça-feira, novembro 03, 2009

Alminhas de Loriga I

Como o mês de Novembro é o mês das Almas irei apresentar as três alminhas que se encontram nas ruas de Loriga.

As Alminhas são padrões de culto aos mortos, hoje consideradas património artístico-religioso. São pequenos altares onde se pára um momento para deixar uma oração. É frequente encontrar velas e lamparina acesas, deixadas pelas pessoas que passam no local, ou mesmo oferendas de flores.

Estes pequenos monumentos são simples representações de piedade religiosa, mas com um alto significado religioso, indicando muitas delas, os caminhos próximos que conduzem aos grandes Santuários e suas velhas romarias.
Na parte fundeira destes nichos pintavam-se painéis de almas no Purgatório, onde podemos encontrar representadas a Santíssima Trindade, Cristo Crucificado, a Virgem Maria, Santo António, S. Miguel com a balança e tantas outras figuras de Santos.

Esta doutrina motivou muitos artesãos e artistas na criação de inúmeras Alminhas, que hoje vemos espalhadas por todo o País.

As "Alminhas" ao mesmo tempo que revelam o carácter devoto do povo português, são também muito importantes como fonte documental de uma arte popular que não encontra paralelo em nenhuma outra parte do mundo.

Geralmente, as alminhas são erguidas em encruzilhadas de caminhos, quase sempre em caminhos rurais, em matas ou perto de cursos de água, embora também se possa encontrar alminhas junto às estradas nacionais. As alminhas também podem ser incrustadas em velhos muros ou na frontaria de casas e podem ser construídas nos mais diversos materiais.

Aos diferentes estilos de alminhas dá-se o nome de:

  • colunas de granito trabalhadas
  • capelinhas
  • nichos
  • estelas

Um painel pintado a óleo, ou de azulejo, representa as almas do purgatório.

Vou começar pela primeira que se encontra localizada junto ao Cemitério de Loriga:




As alminhas são de todos
Pois quem é que lá não tem
Um parente ou um amigo
Um bom pai ou santa mãe

Não se diga portuguesa
Por muito que o queira ser
Terra que as suas Alminhas
Não restaurar ou erguer

Alminhas Abandonadas
Sem painel nem orações
Abram fontes de remorços
No fundo dos corações

As alminhas são de todos
Ninguém diga que não são minhas
É um dever sufragá-las
Pois são nossas irmazinhas

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